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Uso de tecnologias digitais avança nos estabelecimentos de saúde brasileiros, mas a segurança da informação segue sendo desafio, aponta pesquisa TIC Saúde 2021


24 NOV 2021



A oitava edição da pesquisa indica que cresceu a utilização de sistemas eletrônicos para registros de dados dos pacientes

Os estabelecimentos de saúde no Brasil estão mais informatizados, porém a implementação de estratégias para aumentar a segurança e proteção de dados pessoais armazenados segue sendo um desafio para o setor. Essa foi uma das conclusões da Pesquisa TIC Saúde 2021, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Os dados levantados revelam o crescimento da adoção de Internet entre os estabelecimentos públicos no período marcado pelo avanço da COVID-19: 94% deles possuem computador e Internet, o que equivale a um aumento de nove pontos percentuais em relação a 2019. Entre os estabelecimentos privados, o acesso a ambos segue universalizado.

Já as Unidades Básicas de Saúde utilizaram mais computadores (de 91%, em 2019, para 94%, em 2021) e Internet (de 82% para 92%, em 2021). Em um universo próximo de 40.600 UBS, cerca de 2.500 não possuem o dispositivo e 3.400 não têm acesso à rede.

“Esse aumento pode estar relacionado à maior necessidade de digitalização das informações em função do cenário da pandemia. Assim como ocorreu com os domicílios e os indivíduos, esses dados mostram que existiu uma demanda crescente por digitalização nesse período”, afirma Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.

Houve um avanço no uso de sistemas eletrônicos para registro de dados dos pacientes – passou de 82%, em 2019, para 88%, em 2021. Essa tendência de elevação ocorreu em praticamente todos os estratos investigados pela pesquisa. Nas unidades públicas, subiu de 74% para 85% na comparação entre os dois anos, enquanto nas privadas, manteve-se estável, em torno de 91%. Em relação às UBS, 89% possuem algum tipo de sistema eletrônico.

Quanto à disponibilidade das informações dos pacientes em formato digital, também se verificou crescimento em relação à edição anterior. Nas UBS, as funcionalidades que registraram maiores aumentos foram: listar todos os pacientes por tipo de diagnóstico (de 43%, para 60% em 2021), realizar prescrição médica (de 58% para 75%) e compilar resultados de exames laboratoriais (46% para 62%).

A interoperabilidade entre sistemas eletrônicos de informação na saúde também avançou durante a pandemia. A pesquisa indica um maior número de estabelecimentos com sistemas que recebem ou enviam informações para outros sistemas eletrônicos da rede de atenção à saúde, principalmente nos públicos (de 25% em 2019, para 43% em 2021), incluindo as UBS (de 28% para 45%).

Segurança da informação
Apenas um terço dos estabelecimentos de saúde tinham uma política definida sobre segurança da informação, sendo o percentual dos públicos (21%) menor em relação ao dos privados (cerca de 40%).

Entre as ferramentas de segurança, aquelas relacionadas à criptografia apresentaram maior aumento na comparação a 2019, a exemplo da criptografia de arquivos e e-mails, presentes em 52% dos estabelecimentos (contra 41% em 2019). Já a criptografia da base de dados avançou de 36%, em 2019, para 48% em 2021.

LGPD e uso de novas tecnologias
Uma novidade dessa edição é a inclusão de indicadores sobre as medidas adotadas pelos estabelecimentos de saúde para adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). De acordo com os resultados, menos da metade implementou alguma das medidas pesquisadas. Entre as mais adotadas estão a disponibilização de canais de atendimento e interação com os titulares dos dados (38% do total) e a realização de campanha interna para conscientização sobre a LGPD (32% do total).

“A LGPD entrou em vigor em agosto de 2020, e a coleta dos dados da pesquisa ocorreu no primeiro semestre de 2021. Os resultados indicam que os estabelecimentos de saúde ainda têm um caminho a percorrer em sua adaptação à nova lei”, afirma Barbosa.

A TIC Saúde também investigou, pela primeira vez, o uso de novas tecnologias pelos estabelecimentos de saúde que possuem uma área ou departamento de tecnologia da informação. Uma parte considerável tem utilizado computação em nuvem. Dentre os serviços analisados, o mais comum foi o e-mail em nuvem (69%), seguido por armazenamento de arquivos ou banco de dados em nuvem (57%). Os resultados apontaram para disparidades entre estabelecimentos públicos e privados quanto ao uso de software e armazenamento de dados em nuvem (17% públicos e 45% privados).

A análise de Big Data é adotada por um número ainda reduzido de estabelecimentos. Em um universo de 109 mil avaliados, apenas cerca de 4.200 se valem do recurso, sendo que destes, aproximadamente 3.600 são privados. Para essas análises são mais utilizados os dados dos próprios estabelecimentos, tanto os provenientes de fichas cadastrais, formulários e prontuários (76%) quanto os de dispositivos inteligentes e sensores (69%).

A pesquisa também indica que 4% dos estabelecimentos de saúde fizeram uso de Inteligência Artificial, enquanto 3% afirmaram utilizar aplicações de robótica. Todos esses recursos estão mais presentes nas unidades privadas. Entre as regiões geográficas, a Sudeste é a que apresenta maior uso de IA (6%) e robótica (4%)

Telessaúde e serviços on-line
De maneira geral, as práticas de telessaúde cresceram durante pandemia, conforme indicam os resultados da pesquisa TIC Saúde 2021. Passaram a estar mais presentes nos estabelecimentos a teleconsultoria (de 15%, em 2019 para 26%, em 2021), o telediagnóstico (de 12% para 20%), e o monitoramento remoto de pacientes (de 5% para 20%).

Pela primeira vez a pesquisa investigou, entre os estabelecimentos de saúde, a realização de teleconsulta entre médico e paciente – modalidade regulamentada de maneira emergencial diante do avanço da COVID-19. Observou-se que esse serviço foi oferecido por 18% dos estabelecimentos de saúde, sendo 14% públicos e 22% privados.

Sobre a pesquisa
Em função do cenário de pandemia e de grande demanda sobre o setor, a metodologia da pesquisa foi adaptada. Não foi possível coletar informações sobre o uso das TIC entre os profissionais que atuam na área (médicos e enfermeiros). As entrevistas telefônicas ocorreram entre janeiro e agosto de 2021, com 1.524 gestores de estabelecimentos de saúde localizados em todo o território nacional.

Realizada desde 2013, a pesquisa conta com o apoio institucional de organismos internacionais – como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além disso, a realização da pesquisa é apoiada pelo Ministério da Saúde e o Departamento de Informática do SUS (Datasus), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), além de especialistas vinculados a importantes universidades e instituições de pesquisa.

A divulgação dos dados inéditos ocorreu em um evento on-line, restrito aos participantes do XVIII Congresso Brasileiro de Informática em Saúde (CBIS 2021), 10º Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e Fórum RNP 2021. Na ocasião, também foi lançada a publicação da pesquisa.

Para acessar a íntegra dos indicadores, visite: https://cetic.br/pt/pesquisa/saude/indicadores/. Já para conferir o livro da TIC Saúde 2021, acesse: https://cetic.br/pt/pesquisa/saude/publicacoes/.

Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em https://cetic.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (https://registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (https://cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (https://ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (https://cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (https://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (https://www.ceweb.br), e abrigar o W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/principios). Mais informações em https://cgi.br/.

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