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Encuste analisa o uso de IA no setor cultural brasileiro e suas implicações para a diversidade cultural


Releases 03 OUT 2022

VERSÃO EM PORTUGUÊS | ENGLISH VERSION



O estudo do Cetic.br|NIC.br entrevistou agentes e instituições culturais e plataformas digitais que atuam no país

Inédito no país e com um tema pouco explorado no mundo, a publicação “Inteligência artificial e cultura: perspectivas para a diversidade cultural na era digital” (disponível em português e inglês) revela que o uso de IA ainda é incipiente no setor cultural brasileiro, com exceção da distribuição e acesso a conteúdos online através das principais plataformas digitais. Realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a publicação foi divulgada nesta terça-feira (27/09), em um debate que integrou a programação da “Conferência Mundial da UNESCO sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável – MONDIACULT 2022”.

Parte da série Cadernos NIC.br de Estudos Setoriais, a encuste apresenta uma visão geral de como a área da cultura tem utilizado as tecnologias emergentes, como IA. Os dados foram coletados em uma encuste qualitativa que foi realizada com agentes culturais (artistas e produtores), instituições culturais (museus e centros culturais) e plataformas digitais que oferecem conteúdos culturais na Internet. Além da encuste, a publicação também conta com textos e artigos de especialistas no tema.

“A IA está presente não apenas nos sistemas de recomendação de conteúdo baseado em algoritmos, mas também na criação de obras artísticas por meio de mecanismos de aprendizado de máquina, na produção, edição e adaptação de conteúdos, na mediação cultural para visitas guiadas em instituições culturais, no atendimento ao público através de assistentes virtuais, na organização e disponibilidade de coleções digitais, na gestão cultural e na análise de dados para o mapeamento do público e desenvolvimento de estratégias promocionais, entre muitas outras aplicações. Há vários usos que, em maior ou menor grau, têm implicações na diversidade das expressões culturais”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.

Plataformas digitais
Os “sistemas de recomendação” são a principal aplicação de Inteligência Artificial utilizada pelas plataformas digitais. Definem os conteúdos que são oferecidos com base em critérios relacionados aos hábitos de consumo e escolhas prévias dos usuários.

Nas plataformas digitais que operam no cenário brasileiro, existe uma diferenciação quanto ao uso desses algoritmos. As grandes plataformas comerciais, que possuem um maior volume de usuários, têm a IA como elemento central de seu modelo de negócios, sendo os sistemas de recomendação algorítmica a principal tecnologia para a oferta personalizada de conteúdo cultural, especialmente músicas e vídeos.

“Se, por um lado, esse processo permite personalizar a experiência em função das preferências do usuário, por outro lado, também reforça os padrões de consumo e direciona o acesso a conteúdos populares, o que pode gerar a sub-representação dos conteúdos de produção local e independente e apresentar o efeito de homogeneizar tendências na criação e produção de novas obras”, analisa Barbosa.

O estudo também mostra que as plataformas alternativas de natureza pública ou independente, com um menor volume de usuários, têm um baixo uso de aplicações de IA, prevalecendo a curadoria humana, o que pode ser resultado de barreiras institucionais (como a falta de orçamento e pessoal técnico), como também opções programáticas destinadas a difundir conteúdos representativos da diversidade cultural.

Instituições culturais
Entre as instituições culturais, o uso de sistemas de IA no cenário brasileiro ocorre, em particular, para a mediação cultural, o mapeamento de audiências e a gestão e difusão de coleções digitais.

Segundo o estudo, tais usos têm permitido uma maior interatividade do público com as obras e a personalização das experiências dos visitantes, além de fornecer dados para o planejamento das ações das instituições. Em relação à gestão e difusão das coleções digitais, a IA tem sido utilizada na qualificação da documentação de forma automatizada e no acesso por meio de sistemas integrados de busca.

A encuste aponta que a falta de recursos financeiros e de pessoal técnico especializado continuam a ser obstáculos, o que faz com que os projetos culturais sejam realizados, em geral, através de alianças com grandes empresas e plataformas internacionais, aumentando a dependência de soluções tecnológicas externas.

“Em geral, o estudo mostra que a agenda estratégica da tecnologia ainda não está totalmente assimilada no setor cultural brasileiro. Embora o uso de tecnologias emergentes já esteja presente em algumas instituições, ainda há muito a melhorar quanto a políticas e oportunidades para um melhor uso e acesso a esses recursos”, conclui Barbosa.

Agentes culturais
Entre os agentes culturais (artistas e produtores culturais no campo das artes visuais e da música), a IA tem sido utilizada em processos criativos com uma finalidade operativa (em procedimentos como edição, mixagem e masterização), mas também na estética, onde a IA aparece como o próprio objeto final da criação artística.

Nessas etapas, segundo as conclusões do estudo, a popularização das aplicações baseadas na IA permitiu a otimização de processos e a democratização da produção, trazendo oportunidades para a inserção de novos profissionais no setor cultural. No entanto, tais oportunidades ainda são limitadas devido às desigualdades digitais no acesso e na apropriação das tecnologias existentes no país.

Para acessar o estudo completo acesse https://cetic.br/pt/publicacao/inteligencia-artificial-e-cultura-perspectivas-para-a-diversidade-cultural-na-era-digital/ (português) e https://cetic.br/en/publicacao/artificial-intelligence-and-culture-perspectives-for-cultural-diversity-in-the-digital-age/ (inglês). Veja também o debate do lançamento da publicação: https://youtu.be/twO2vtkgSr4.

Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos sobre o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável por produzir indicadores e estatísticas sobre o acesso e uso da Internet no Brasil, difundindo a análise e as informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no país. Cetic.br|NIC.br é também um Centro Regional de Estudos auspiciado pela UNESCO e completou 17 anos de funcionamento em 2022. Para mais informações veja https://cetic.br/.

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Este conteúdo foi traduzido automaticamente com o apoio de inteligência artificial.