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Mais de 6 milhões de crianças estão desconectadas no país


10 OUT 2016



Pesquisa do Cetic.br sobre uso da Internet por crianças e adolescentes revela também que 40% dos jovens usuários já viu alguém ser discriminado na rede

Em 2015, 6,3 milhões de crianças e adolescentes não estavam conectados à Internet no Brasil, o que representa 21% da população entre 9 e 17 anos de idade. Entre eles, 3,6 milhões nunca acessaram a rede. É isso o que aponta a 4ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2015, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). A pesquisa investiga o acesso à rede e o uso dela por crianças e adolescentes no país e considerou como conectados os jovens que acessaram a Internet nos três meses anteriores ao estudo.

Desigualdades regionais e socioeconômicas, bem como a falta de disponibilidade de conexão no domicílio, são desafios para a inclusão digital dessa parcela da população. Segundo o estudo, 15% das crianças e adolescentes afirmaram que a falta de acesso em seus domicílios era motivo para não utilizarem a rede. Esse item foi citado sobretudo por jovens em áreas rurais (32%), nas regiões Nordeste (21%) e Norte (32%), nas classes D e E (37%) e entre pessoas com renda familiar de até 1 salário mínimo (32%). A TIC Kids Online Brasil foi realizada entre novembro de 2015 e junho de 2016, em todo o território nacional.

“São 3,6 milhões de crianças, em idade escolar, que nunca tiveram contato com a Internet, que desconhecem o potencial da rede como ferramenta de comunicação, fonte de conhecimento e instrumento para desenvolver novas habilidades. É fundamental chamar a atenção para os jovens e discutir políticas públicas para que todos tenham acesso de qualidade à Internet e para que ninguém fique para trás. Mas não bastam políticas de inclusão apenas, é preciso pensarmos em políticas de proteção das nossas crianças no ambiente online”, ressalta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Conectividade e frequência de acesso

Entre os jovens conectados, os resultados também apontam a existência de disparidades regionais e socioeconômicas no acesso à rede. Oito em cada dez crianças e adolescentes eram usuários de Internet em 2015, o que representa 23,4 milhões de jovens em todo o país. Enquanto em áreas urbanas 84% das crianças e adolescentes estavam conectadas, nas áreas rurais, essa proporção foi de 56%. Na região Sul, 90% dos jovens declararam ser usuários de Internet e no Norte, apenas 54%. Outro fator determinante é situação socioeconômica: 97% das crianças das classes A e B acessaram a Internet, o que ocorreu com apenas metade dos jovens das classes D e E (51%).

Em relação à frequência de uso da Internet por crianças e adolescentes, a pesquisa registrou um aumento significativo: em 2014, 21% disseram que acessavam a rede mais de uma vez por dia; em 2015, essa proporção atingiu 68% – um aumento de 47 pontos percentuais. Esse crescimento foi ainda mais expressivo entre as crianças das classes A e B (de 21% para 80%). Entre os jovens pertencentes às classes D e E, o uso intensivo da rede cresceu menos, indo de 25% para 51%.

O uso de equipamentos móveis para acessar a Internet se manteve expressivo entre o público jovem. Em 2015, 85% acessaram a rede por meio do telefone celular – em 2014, essa proporção foi de 82%, indicando estabilidade. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2015 verificou ainda que 31% das crianças e adolescentes acessavam a Internet exclusivamente por esse dispositivo. Essa proporção foi de 55% entre os jovens das classes D e E. Já os computadores (de mesa, laptops e tablets) perderam espaço: 64% das crianças utilizavam dispositivos desse tipo para acessar a rede, uma queda de 17 pontos percentuais em relação a 2014.

Intolerância e discurso de ódio na rede

Em 2015, a TIC Kids Online Brasil passou a incorporar novas questões sobre intolerância e discurso de ódio na rede. De acordo com o estudo, 40% das crianças e adolescentes usuárias de Internet declararam ter visto alguém ser discriminado na Internet no último ano – o equivalente a 9,3 milhões de jovens.

O contato com casos de discriminação é maior entre os adolescentes: entre os usuários de 15 a 17 anos, a proporção chega a 52%. No caso das crianças de 9 e 10 anos, o percentual é de 14%. Entre os motivos identificados para a discriminação, 25% das crianças usuárias citaram preconceito de cor ou raça; 14% mencionaram aparência física; e 11%, relacionamento entre pessoas do mesmo sexo.

Uma parcela menor dos jovens usuários (6%) declarou ter sofrido algum tipo de discriminação na Internet no último ano. “Assim como no mundo off-line, a criança também está exposta a riscos na Internet. Eles precisam ser tratados não só no âmbito familiar, mas também no sistema educacional e em políticas públicas, no sentido de garantir a proteção dos direitos da infância”, aponta Barbosa. 

Sobre o estudo

A pesquisa TIC Kids Online Brasil tem o objetivo de compreender de que forma a população de 9 a 17 anos utiliza a Internet e como lida com os riscos e as oportunidades decorrentes desse uso. O levantamento entrevistou 3.068 crianças e adolescentes, bem como seus pais ou responsáveis, e segue alinhado ao referencial metodológico da rede europeia EU Kids Online.

Para acessar os resultados da pesquisa na íntegra, assim como ver os erros amostrais e a série histórica, visite: http://cetic.br/pesquisa/kids-online/indicadores.

Compare a evolução dos indicadores a partir da visualização de dados disponível em: http://data.cetic.br/cetic/explore?idPesquisa=TIC_KIDS.

Sobre o Cetic.br

O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, departamento do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no país. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da Unesco. Mais informações em http://www.cetic.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br

O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.

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Atualizado em: 28/10/2016.
Para mais detalhes, consulte a nota de correção.